Nada de chegar em cima da hora e no desespero para acompanhar partidas de futebol, shows ou qualquer tipo de evento. O conceito de arena multifuncional aplicado na construção do novo Mineirão promete trazer uma nova realidade para os torcedores. Com muito mais conforto, segurança e opções de entretenimento, as pessoas poderão chegar bem mais cedo, com mais tranquilidade e tendo várias opções para usufruir dos benefícios que estarão à disposição no estádio.
A empresa BCMF Arquitetos, dos arquitetos Bruno Campos, Marcelo Fontes e Silvio Todeschi, todos responsáveis pelo projeto, que inclui não somente os desenhos como, principalmente, a execução e fiscalização da obra de modernização do Gigante da Pampulha, mostrou preocupação com dois pontos cruciais. O primeiro diz respeito à preparação da arena para atender aos requisitos indicados pela Fifa para as copas das Confederações 2013 e do Mundo 2014, enquanto o segundo trata do legado que será deixado para Belo Horizonte após os dois eventos internacionais.
“Um dos grandes desafios desse projeto é o fato de trabalharmos em dois modos: o Copa do Mundo e o legado. Não podemos superdimensionar o projeto para que, depois, fique um elefante branco no local. Temos que ajustar o Mineirão para o dia a dia como uma arena multifuncional, mas, por outro lado, nós precisamos respeitar todas as exigências feitas para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo”, disse Bruno Campos.
Para acabar com a aglomeração que acontece nos momentos que antecedem os jogos e deixar o Mineirão mais atrativo, serão criados restaurantes, lanchonetes e lojas. Porém, a grande aposta para transformar o palco de jogos em um espaço de convivência para a população está na esplanada que vai envolver a arena. No local, que será liberado durante todos os dias da semana, as pessoas poderão caminhar, correr, passear com familiares, amigos e cachorros, andar de bicicleta, patins e skate, enfim, haverá uma interação da sociedade.
“O Mineirão será um equipamento conectado à Pampulha. A ideia é que o espaço funcione o dia inteiro, com local para lanchonetes, bares, restaurantes e pequenos shows ao longo da esplanada. As pessoas poderão chegar mais cedo, já que terão opções. Depois do jogo, as pessoas poderão jantar nos restaurantes e ficar nos bares por mais tempo. O fluxo de 60 mil pessoas entrando e saindo ao mesmo tempo é muito ruim para o estádio e para a cidade”, explicou Silvio Todeschi.
A esplanada também representará um ganho em relação à acessibilidade ao interior do Mineirão. Na situação antiga do estádio, o entorno era formado por um imenso parque de estacionamento no qual as pessoas precisavam “desafiar” os carros e, depois, enfrentar os degraus para que chegassem às bilheterias e às catracas. Agora, o estacionamento estará abaixo da esplanada (estilo de shoppings), que ficará no mesmo nível do local em que os ingressos serão comprados e em que as pessoas terão acesso às dependências da nova arena.
“O público ficará livre para se deslocar em volta do estádio. Todas as áreas terão rampas, e as bilheterias ficarão na área externa. As catracas ficarão a 20 metros de distância da entrada, sobrando um grande espaço para o fluxo dos torcedores. Foram criados seis pontos de bilheteria e mais de 120 catracas, o que evitará atropelos”, comentou Marcelo Fontes.
Mineirão vai gerar energia para 1.500 residências
Como em quase todos os projetos atuais que envolvem construção, o do novo Mineirão também seguirá a tendência de grande preocupação com as questões que envolvem a sustentabilidade.
Assim que ficar pronto, o local vai receber o selo de “estádio verde”, devido às ações feitas durante a obra para minimizar as interferências no meio ambiente.
O que mais chama a atenção para o futuro da nova arena de Belo Horizonte está ligado à energia e à água. A nova cobertura metálica aproveitará o sol para gerar energia para cerca de 1.500 residências de porte médio na capital mineira. Além disso, haverá a tradicional coleta de água vinda da chuva em um reservatório capaz de armazenar 6 milhões de litros.
Durante a construção, quase todo o material vem sendo reciclado. A parte demolida do antigo Mineirão foi transformada em brita. Além disso, existe a obrigação de manter as ruas da região limpas, realizando a lavagem dos caminhões envolvidos na obra.
“Temos como meta os certificados de ‘estádio verde’. Todo projeto bem-desenvolvido é sustentável”, disse o arquiteto Bruno Campos. (FR)
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