Mesmo tendo o amplo apoio do PSDB para ser o candidato à presidência da República, o senador mineiro Aécio Neves tem reforçado o discurso de que defende as prévias para a escolha interna do nome a ser lançado em 2014. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira 26, depois da posse do ex-ministro Pimenta da Veiga no Instituto Teotônio Vilela, em Belo Horizonte, ele voltou a dizer que é a favor do processo de decisão interno.
“O estatuto do PSDB prevê isso. Eu não mudei de opinião. Eu sempre defendi. Basta que haja uma solicitação à Executiva que vai – obviamente não é a presidência – decidir como isso pode acontecer, quais os instrumentos que ela tem, até para que isso possa ocorrer”, declarou o presidente do partido. Um candidato praticamente certo na disputa é o ex-governador paulista José Serra. O senador paranaense Alvaro Dias disse que também pretende participar, a fim de “qualificar o debate”.
Numa entrevista publicada hoje no jornal Valor Econômico, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou, no entanto, qualquer chance que Serra ainda pudesse ter. Segundo ele, a maioria no partido está com Aécio e José Serra precisa ser realista. “A dificuldade [para Serra] é que o PSDB em sua imensa maioria está com Aécio. Quer o Aécio. Então, acho que a pessoa tem que ser realista, até que ponto tem sentido se apresentar como candidato ou não”, declarou FHC.
Dilma em Minas
Aécio declarou ainda, sobre as recentes visitas da presidente Dilma Rousseff a Minas Gerais, terra dos dois políticos, que “ela tem que ser muito bem recebida”, afinal, o povo mineiro é “conhecido pela hospitalidade”, lembrou. Mas o presidenciável disse esperar, nas próximas idas de Dilma ao Estado, que ela vá “com coisas novas, com pensamentos novos, não apenas requentando promessas antigas”. O último evento de Dilma em Minas, em São João del Rei, o presidente do PSDB acusou o governo de lançar o mesmo programa cinco vezes.
“Minas Gerais tem demandas estruturais, os estados brasileiros têm demandas estruturais. A situação dos estados, dos municípios, hoje é extremamente grave. Minas ainda caminha bem pelo exemplo, pela correção, pela eficiência com que conduz o Estado o governador Anastasia e a sua equipe”, disse o senador, numa crítica à distância do governo federal no Estado. “As visitas são sempre bem vindas, mas o governo está acabando, estamos no 11º ano de governo do PT”, continuou o dirigente tucano.