“Podemos viver da saudade, mas não da dor. A gente ainda pode ensinar civilidade, contaminando as multidões”. A frase fez parte do discurso emocionado feito pela fundadora da organização não governamental (ONG) Rodas da Paz, Beth Veloso, ao encerrar o passeio ciclístico promovido ontem (18), com o objetivo de dar visibilidade à bicicleta como meio de transporte urbano e conscientizar a população por mais respeito no trânsito.
O evento comemorou o Dia Nacional do Ciclista, hoje (19), e marcou os sete anos da morte do biólogo brasiliense Pedro Davison. Ele foi atropelado em 2006, aos 25 anos, enquanto andava de bicicleta no Eixão Sul, via expressa da capital federal, que é fechada ao tráfego de veículos aos domingos e se transforma em área de lazer. O biólogo estava na faixa central da via onde não é permitido o tráfego de carros. O passeio deste domingo, com 10 quilômetros de trajeto pelo Eixão do Lazer, foi encerrado no local do acidente, onde há um memorial com o posicionamento de uma bicicleta branca.
Presente ao evento, a filha do ciclista, Luíza Davison, disse estar emocionada em ver aumentar o número de pessoas mobilizadas pela paz no trânsito. A menina completa 15 anos amanhã (19), mesmo dia em que ocorreu o acidente há sete anos. “Ver essas pessoas aqui, emocionadas com uma história que para mim é tão importante, e buscando a mesma coisa que a minha família busca desde aquele dia, é muito bom”, disse.
A mãe de Pedro Davison, Beth Davison, também destacou a mobilização crescente em torno do tema, mas lamentou a demora no cumprimento da pena estabelecida ao motorista atropelador. Ele foi condenado em 2010 a seis anos de prisão em regime semiaberto e a pagar pensão à filha do ciclista. Por ser réu primário, recorre em liberdade.
Agência Brasil