Em votação realizada na semana passada, a PEC 3/2011, do deputado sargento Rodrigues (PDT), foi aprovada em segundo turno, com 59 votos a favor. A decisão deve valer a partir de agosto, após o período de recesso da Casa Legislativa. Ao anunciar a expressiva votação favorável ao projeto, o presidente Dinis Pinheiro (PSDB) parabenizou os companheiros parlamentares: “Hoje, os senhores estão fazendo história”, ressaltou.
O autor da proposta, sargento Rodrigues, falou sobre a PEC, que trará mais transparência ao Legislativo mineiro. “A votação passa a ser nominal. Todo e qualquer Projeto de Lei será votado pelo voto nominal, ou seja, o deputado vai ter que colocar a sua digital no painel. Assim aparecerá seu nome e voto, se sim, não, abstenção ou em branco”, detalhou o pedetista.
Rodrigues fez questão de lembrar a disposição de seus companheiros de parlamento para a aprovação da PEC. “Já estamos lutando há muito tempo para que a Assembleia viva um momento ímpar em sua história, dando transparência e publicidade maior às suas votações. Nenhuma PEC passaria sem a aprovação de todo o conjunto de deputados dessa Casa, então 59 deputados disseram sim ao fim do voto secreto. Quem ganha com isso é o cidadão, que conhecerá mais a fundo todas as ações da Assembleia”, revelou.
O líder do bloco Minas Sem Censura, deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), falou que a proposta instituirá bem mais do que o voto aberto. “O projeto buscava acabar com o voto secreto, mas é necessário explicar que o voto aberto é diferente do voto nominal. Foi então, nesse segundo turno de votação, que o bloco Minas Sem Censura apresentou a sugestão de radicalizar a transparência, extinguindo não só o voto fechado, mas também o voto simbólico. O posicionamento de cada parlamentar ficará claro e transparente para toda a população de Minas Gerais”, revelou Sávio.
Companheiro de legenda do autor da PEC, o deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT) destacou o empenho do presidente da ALMG. “Temos que parabenizar o presidente Dinis Pinheiro por permitir que essa Casa ande”, disse.
Para o petista Elismar Prado, o fim da votação secreta representa uma significativa conquista da sociedade mineira. “Nós, que somos frequentemente cobrados pelos nossos representados, temos o dever de prestar conta dos nossos posicionamentos. A sociedade como um todo tem o direito de acompanhar como vota o seu deputado”, ponderou Prado.
Já para Luzia Ferreira (PPS), a relação com os eleitores deve ter maior cumplicidade devido à transparência das votações. “O parlamento nesses últimos anos vem evoluindo muito, permitindo inclusive o acompanhamento do que fazemos aqui pela internet ou televisão, a questão da transparência dos gastos públicos nos gabinetes, que inclusive já é uma lei. Faltava também que o eleitor pudesse acompanhar nossa manifestação de mérito sobre os temas que aqui circulam, e isso é muito importante para que o eleitor possa identificar o candidato que realmente o representa”, finalizou.