A convivência dos agricultores com o semiárido é um desafio que deve ser enfrentado utilizando todas as ferramentas. A irrigação é um destes instrumentos disponíveis
Ancorado neste assunto, ‘O Papel da Irrigação no Enfrentamento da Seca’ será um dos temas debatidos pelo secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), Paulo Romano, no II Seminário Nacional de Agricultura Irrigada e Desenvolvimento Sustentável. O evento será realizado dias 6 e 7 de junho, durante a Superagro Minas 2013, no Expominas, em Belo Horizonte.
O secretário-adjunto explica que antes da irrigação é fundamental fazer a reserva das águas que precipitam no semiárido (600 mm/ano, ou seja, 600 litros de água por cada metro quadrado por ano, em média). “Para isso existem várias tecnologias como reservatórios de pequeno, médio e grande porte ou ainda, as tecnologias sociais como a construção de cisternas, barraginhas, dentre outras”, explica.
Segundo Paulo Romano, com a água reservada, a irrigação se apresenta como uma das melhores formas de utilizar esse recurso, pois além de garantir a segurança alimentar das famílias, ainda pode gerar renda com a venda dos excedentes. “Em visita recente à Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), com dois anos sem chuva, observei “pequenos oásis” onde as famílias iniciaram uma produção hortícola e também de forragem para seus rebanhos a partir de pequenos poços”, ressalta.
Aplicação – Um dos métodos de irrigação mais eficiente na aplicação da água é a técnica de irrigação localizada, que pode ser por microaspersão ou por gotejamento. A principal característica deste método é que a água é aplicada próximo das raízes das plantas. Isso atribui ao processo uma eficiência de aplicação em torno de 95 %, ou seja, 95% da água aplicada são utilizadas pela planta. Em outros métodos, essa eficiência gira em torno de 80%.
O desenvolvimento da agricultura irrigada para auxiliar no enfretamento da estiagem conta com alguns desafios, segundo enumerou o secretário-adjunto Paulo Romano. O primeiro é desenvolver tecnologias adaptadas à realidade do semiárido para plantas menos exigentes em água. O outro desafio é conseguir técnicas de irrigação de baixo custo e de alta eficiência na aplicação da água.
Para ele, o homem deve ajustar-se a seu meio, conviver com a natureza, ajudando-a. “A escassez natural da água nos chama atenção para o cuidado extremo com o momento nobre que ela é oferecida, em forma de chuva. Há que guardar/conservar a água antes de tudo”, explica.
As inscrições para participar do Seminário estão abertas.